
A esquizofrenia é um dos principais transtornos mentais e acomete 1% da população em idade jovem, entre os 15 e os 35 anos de idade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a terceira causa de perda da qualidade de vida entre os 15 e 44 anos, considerando-se todas as doenças. Apesar do impacto social, a esquizofrenia ainda é uma doença pouco conhecida pela sociedade, sempre cercada de muitos tabus e preconceitos. Crenças como “as pessoas com esquizofrenia são violentas e imprevisíveis”, “elas são culpadas pela doença”, “elas têm dupla personalidade”, “elas precisam permanecer internadas” são fruto do desconhecimento e do preconceito.
A esquizofrenia caracteriza-se por uma grave desestruturação psíquica, em que a pessoa perde a capacidade de integrar suas emoções e sentimentos com seus pensamentos, podendo apresentar crenças irreais (delírios), percepções falsas do ambiente (alucinações) e comportamentos que revelam a perda do juízo crítico. A doença produz também dificuldades sociais, como as relacionadas ao trabalho e relacionamento, com a interrupção das atividades produtivas da pessoa. O tratamento envolve medicamentos, psicoterapia, terapias ocupacionais e conscientização da família, que absorve a maior parte das tensões geradas pela doença. A esquizofrenia não tem cura, mas com o tratamento adequado a pessoa pode se recuperar e voltar a viver uma vida normal.
Este tema já amplamente filmado, compilei duas obras (inclusive oscarizadas) que já falaram sobre o assuntos.
Shine - Brilhante
Título original: Shine
Direção: Scott Hicks
Elenco: Geoffrey Rush (vencedor do Oscar de melhor ator em 1996), Lynn Redgrave, Noah Taylor.
Ano: 1996
Sinopse:
Aclamado pela crítica mundial e vencedor de vários prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Ator para Geoffrey Rush, em 1996, Shine – Brilhante é inspirado na história verídica de um menino prodígio australiano, David Helfgott. Quando David é aceito numa prestigiada academia de música em Londres, ele sai de seu ambiente opressor e segue sua paixão pela música clássica. Mas, a rejeição de seu pai e pressão para que domine com perfeição os concertos, o levam ao desequilíbrio mental. Somente o amor da única mulher que o compreende (Lynn Redgrave) pode ajudá-lo a se readaptar à sociedade e a compartilhar seu talento musical com o resto do mundo. Uma celebração do espírito humano e da força redentora do amor.
Fique de olho:
- David sofre de esquizofrenia hebefrênica (desorganizada). Seu comportamento é desorganizado, bem como seu pensamento. Suas idéias, embora tenham sentido com suas angústias e sua história de vida, soam às vezes incompreensíveis.
- O ambiente familiar é opressor e autoritário. O pai é muito severo e sua mãe submissa, mal aparece no filme.
- O alto nível de pressão e exigência na busca da perfeição, em uma das peças mais difíceis de serem tocadas (Rachmaninoff), precipita seu adoecimento.
- Ao longo da hospitalização podemos notar um David mais desorganizado e alienado, acostumado à rotina do hospital. Depois que conhece a professora de piano e que volta a tocá-lo, vemos aos poucos sua recuperação, até que consegue, apesar de sua doença, fazer sucesso e encantar a todos com seu talento.
- Um ambiente compreensivo, acolhedor e dedicado aliado ao amor de sua esposa foram decisivos para sua recuperação e a retomada de sua vitalidade.
Uma Mente Brilhante
Título original: A Beautiful Mind
Direção: Ron Howard
Elenco: Russell Crowe, Ed Harris, Jennifer Connelly
Ano: 2001
Sinopse:
Vencedor de quarto Oscar, incluindo Melhor Filme, Uma Mente Brilhante é dirigido pelo vencedor do Oscar Ron Howard e produzido pelo seu parceiro de longa data, o vencedor do Oscar Brian Grazer. Uma Mente Brilhante traz Russell Crowe em uma impressionante atuação como o brilhante matemático John Nash, prestes a obter o reconhecimento internacional quando é envolvido numa misteriosa conspiração. Agora, apenas sua devota esposa (a vencedora do Oscar Jennifer Connelly) pode ajudá-lo nesta emocionante história de coragem, paixão e triunfo.
Fique de olho:
- John Nash tem esquizofrenia paranóide. O filme mostra o desenvolvimento de sua doença desde a época de faculdade. Sua timidez excessiva, a dificuldade de interação e comunicação social e alguns tiques motores são características precoces do transtorno, que ocorriam muito tempo antes do desencadeamento dos primeiros sintomas psicóticos.
- O espectador é surpreendido pelos delírios e alucinações de Nash no meio do filme, quando ele é hospitalizado. É difícil perceber antes que parte da trama é criação da sua mente.
- O filme mostra também o poder do delírio e da alucinação. São tão reais para Nash como para o espectador, que assiste às fantasias com a mesma vivacidade que a realidade. A única diferença é que as alucinações e delírios só interagem com ele e mais ninguém no filme.
- O filme mostra como é difícil a aceitação da doença por parte de Nash e sua família, representada pela esposa, o que culmina numa recaída.
- A recuperação de Nash, com seu retorno à faculdade onde lecionava antes de adoecer, só é possível quando ele aceita a doença e passa a compreendê-la, confrontando suas fantasias com a realidade. O apoio de sua esposa foi fundamental para que isso acontecesse.
3 Comentários
eu vi esse "uma mente brilhante" e achei interessante a abordagem do texto ligado ao caso dos Nardoni.
ResponderExcluirabçs
Eu assisti o filme tambem, uma mente brilhante, e miutos outros que falam sobre atitudes doentias. Tem um incrivel com Robert de Niro "O amigo Oculto" que ele se faz de psicologo e na verdade ele é uma pessoa com transtorno. Algumas dessas pessoas parecem ser uma coisa que não são. Eu tenho uma amiga que a mãe era maníaca depressiva e ela herdou esta carga genetica. De repente, já entrando na fase adulta, começou a mudar. O que desencadeou foi a morte de um EX namorado. Eu me lembro bem dela tomar o tal chá e depois disso... a vida dela desceu o abismo!
ResponderExcluirAssisti este filme e realmente é brilhante o tema e o desenrolar do enredo, recomendo tb
ResponderExcluirAbraços forte
Obrigado por comentar!! Volte Sempre!!