Ideais, sucessos e fracassos

Foto: Javier Soriano/AFP    
Todos nós temos ideais, noções de lugares perfeitos, situações que gostariamos  de viver  ou  então compartilhar. 

Eles muitas vezes fazem partes de nossos projetos de vida ou  amenizam as agruras do nosso dia a dia, os melhores exemplos estão no futebol, politica ou  danças  e/ou festivais populares. 

O  exemplo do futebol é marcante, mistura-se o real com o fantástico, o mágico com o cotidiano , dirigentes, jogadores e técnicos são deuses ou demônicos em questão de minutos , horas ou dias. Não faltam fatos  como na  foto da eliminação do poderoso clube Real Madrid na Liga do Campeões da Europa.  Este fato ligado as vaias dos torcedores espanhois soma-se ao um comportamento bem tipico nesta condição: a baixa tolerância ao fracasso e frustação nos seus ideais para o clube : Ser campeão é a recompensa aguardada pela sua torcida e é este envolvimento emocional que, quando frustado, rende cenas de selvageria em estádios de futebol. 

Ainda viva em nossa mentes (pelo menos na minha) a cena acontecida no estádio Couto Pere ira protagonizada pelos "torcedores" do Coritiba, não é nada perto da tragédia ocorrida  no  estádio de Heysel (Bélgica) pela final da Liga dos Campeões da Europa, isto em 29 de Maio de 1985. Jogavam a final Juventus, de Turim (Itália) e Liverpool (Inglaterra). Os distúrbios começaram ainda fora do estádio com ingleses e italianos a trocarem provocações. Uma joalheria foi roubada e lesada em 150 mil euros. 

Por volta das 19 horas, uma grande parte dos espectadores já se encontrava dentro do recinto do Heysel. Contrariamente ao previsto pela polícia, o lado norte do estádio estava partilhado por adeptos das duas formações, separados apenas por uma pequena barreira e alguns polícias. Meia hora mais tarde, os britânicos lançaram o primeiro "ataque" e os distúrbios começaram a ganhar proporções incontroláveis. As grades que separavam as bancadas cederam à pressão humana e deram lugar à tragédia. Dezenas de espectadores italianos foram espezinhados por hooligans, que usaram barras de ferro para bater nos rivais. Com a pressão dos espectadores em pânico, o muro caiu, arrastando na queda mais algumas dezenas de pessoas.                        

A expectativa em relação ao jogo era grande e a UEFA decidiu pela realização do mesmo. O balanço final da tragédia apontou 38 mortos e um número indeterminado de feridos. A polícia não efectuou nenhuma detenção. Os hooligans ingleses foram responsabilizados pelo incidente, o que resultou na proibição das equipas britânicas participarem em competições europeias por um período de cinco anos. As reacções do povo inglês foram todas no sentido da reprovação e incredulidade pelos actos violentos dos adeptos do Liverpool, o que levou a própria rainha Isabel II a condenar publicamente o comportamento dos hooligans e a apoiar a suspensão das equipas inglesas. (Fonte: Wikipedia)

Assim é nossa baixa tolerância ao fracasso e frustação de expectativa que nos leva a apatia ou a violência. A propria sociedade só fala em vencedores, a reação contra a derrota leva-nos a um clima de revolta, desespero e muitas vezes a dor é insuportável, tornando-nos um "carro" desgovernado. Nem vou aqui falar em frustaçao na politica, fica para outro artigo.

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4 Comentários

  1. Razões e emoções, no futebol é só paixão ... racionalidade zero.

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  2. Interessante, é por ai mesmo.
    Abraços forte

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  3. Olá amigo Geraldo!
    Com certeza os as torcidas organizadas aliviam suas frustrações a paus e pedras em lamentáveis atos de selvageria e barbárie.
    Creio que colocaste bem ao ponderar acerca da baixa tolerância ao fracasso e frustação de expectativas levar a violência.
    A irracionalidade destes atos sempre me surpreende.
    Gostei muito do texto.
    Forte abraço, Fernandez.

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  4. Olá Geraldo,

    Como dizes, os seres humanos têm uma baixa tolerância ao fracasso, mas eu penso que esses desastres se dão aliados a uma irracionalidade e fanatismo muito grandes. Depois todas as consequências vêm por arrasto. É lamentável.

    Grande abraço
    Luísa

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