Mieloma multiplo e a recusa da Anvisa


Mieloma Múltiplo é um câncer que se desenvolve na medula óssea, devido ao crescimento descontrolado de células plasmáticas. Embora seja mais comum em pacientes idosos, há cada vez mais jovens desenvolvendo a doença.

As células plasmáticas fazem parte do sistema imunológico do corpo. Elas são produzidas na medula óssea, sendo liberadas para a corrente sangüínea. Normalmente, as células plasmáticas constituem uma porção muito pequena (menos de 5%) das células da medula óssea. Os portadores de mieloma têm uma produção aumentada de células plasmáticas e, portanto, um número aumentado dessas células na medula óssea que pode variar de 10% a 90%.

Um dos tratamentos indicados para os portadores da Síndrome Mielodisplásica, a lenalidomida é o único medicamento que comprovadamente elimina a necessidade das constantes transfusões de sangue.

Pois este principio ativo, após quase quatro anos na fila, teve o registro do medicamento Revlimid indeferido pela ANVISA, no dia 18/12. Pela segunda vez, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária rejeitou a utilização da substância no país.

O Revlimid, cujo princípio ativo é a lenalidomida, é utilizado em mais de 80 países no tratamento de pacientes portadores da síndrome mielodisplásica e de mieloma múltiplo, tipo de câncer no sangue.

“O paciente brasileiro de mieloma múltiplo é subtratado no País, pois recebe tratamento inferior ao oferecido em outros países, inclusive sul-americanos”, afirma o oncohematologista Angelo Maiolino, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Maiolino, que é diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e presidente da Associação Ítalo Brasileira de Hematologia, sediada em Gênova, Itália, diz que em vários países a lenalidomida já é usada como primeira opção para tratamento de pacientes com mieloma. 
O especialista ressalta ainda que, no Brasil, a solicitação de registro é para pacientes que tiverem recaída ou que não conseguem benefícios com a talidomida, considerada muito tóxica. “Mas nem as evidências científicas apresentadas foram suficientes para aprovação”, salienta. 


Fonte: Abrale

ATUALIZAÇÃO :   A Anvisa lançou nota sobre o indeferimento do medicamento, para quem quiser ler o link está no portal neste link e se você ainda tiver interesse em ler os pareceres das agência Norte-Americana (FDA) e a Europeia (EMA) sobre o medicamento (em inglês), os links estão aqui:  FDA Drug Safety e European Medicines Agency   
 

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2 Comentários

  1. Eles fazem o que querem e da forma que querem! Este País precisa de um regime de governo que seja mais atuante sobre essas agências reguladoras. O Poder Executivo tem se omitido em muitas pautas.
    Portanto, se tal Ministro, Diretor, Assessor ou coisa que o valha, estão criando problemas,em razão de idiossincrasias pessoais, melhor demitir e colocar uma pessoa equilibrada no lugar do Hitler!!!

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  2. Montrem o lado dos cientistas da anvisa. Senão a coisa fica parecendo muito simples, quando na verdade, mexer com vidas humanas não é assim tão simples. O fato de uma substância ser liberada em muitos países não a habilita à aprovação automática. Deve-se cumprir protocolos e o fabricante deve apresentar os estudos científicos necessários de acordo com a legislação do País. O que acontece muitas vezes é um certo desleixo dessas multinacionais com certos mercados e governos. Deve-se mostrar o lado do governo e do fabricante. Achar que fabricante é "bonzinho" e o Governo é "mau" é furada com aqueles que esperam solução para os seus problemas, pois temos um governo democrático e os canais até os responsáveis são garantidos por lei. O mesmo já não ocorre com os fabricantes, podem ter certeza.

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