O câncer afeta homens e mulheres de maneira distinta, porém existe um tipo que além do diagnóstico clinico, existe todo o aspecto emocional, o câncer de mama. Por ter que se deparar com a iminência da perda de um órgão altamente investido de representações, a mulher passa por alterações significativas em diversas esferas da vida como o trabalho, a família e o lazer, o que traz implicações em seu cotidiano e nas relações com as pessoas de seu contexto social.
A primeira reação de uma mulher ao receber o diagnóstico de câncer de mama e da iminência da perda do seio, é uma tentativa, mesmo que nula, de salvação deste órgão adoecido, esse fato pode estar relacionado com o significado da mama para a mulher.
A paciente quando toma conhecimento de algo importante e grave que se passa com seu corpo vivência um choque emocional. No momento de recebimento da notícia, é comum notar-se um estado de estranhamento, onde fica clara a dificuldade de aceitação de estar doente.
Este estado de estranhamento sugere um sinal de defesa egóica, pela via da negação, sendo este muito eficiente para estas situações, uma vez que a negação é um modo de produção de pensamentos, ainda que para tanto seja necessário negar uma parte da verdade. Portanto, a paciente tem o direito de buscar sentido para os acontecimentos, fazendo uso de sua história passada.
A iminência da perda da mama e a mutilação da imagem corporal representam uma desestruturação do sentimento de valor próprio da mulher, tendo como primeira reação diante desta possibilidade de perda, o desejo de salvação do órgão afetado.
As mamas sempre representaram a sexualidade e a maternidade, é um órgão de contato de atração, é também um símbolo extremamente narcísico. Além disso, é símbolo da identidade corporal feminina e do sentimento de auto-estima e valor-próprio..
Felizmente, existem esperanças como o De Peito Aberto é um projeto sociocultural – composto de uma
exposição fotográfica e palestras interativas – que conta a história de
luta de mais de 70 mulheres do Brasil, Estados Unidos e Europa, entre 18
e 70 anos, que enfrentaram ou enfrentam o câncer de mama – o de maior incidência entre as mulheres e que afeta os principais símbolos femininos: seios, cabelos, fertilidade e libido.
As imagens da exposição mostram as
histórias de mais de 50 mulheres e um homem entre 18 e 70 anos
de diversas origens, etnias e classes sociais que enfrentam ou
enfrentaram o câncer de mama, além de colocar em foco a
humanização da medicina em geral. Ela é uma iniciativa da
jornalista e escritora Vera Golik e do fotógrafo e sociólogo
Hugo Lenzi.
A exposição está em Diadema/SP até o dia 20 de
outubro e depois segue para Santo André/SP, fazendo parte da campanha do Outubro Rosa, e conta com auxilio de patrocinadores e parceiros, contando com a realização da Fundo Infinito Comunicação e Responsabilidade Social.
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