Câncer e a nuvem escura da depressão

nuvem escura
O câncer, com seu conjunto de ocorrências, atinge o corpo físico de múltiplas formas, mas durante o tratamento, ou bem antes, quando do seu diagnóstico, atinge de maneira bem intensa o psiquismo, com um sofrimento emocional que pode acarretar em quadros depressivos.

A depressão pode ser tão incapacitante como uma doença física. Ela pode trazer dor, fadiga, dores de cabeça e problemas digestivos, cria raízes em você, enfraquece seu espírito, e deixa-lo sentir-se constantemente sobrecarregado. 

Porém, os fatores desencadeantes da depressão são diferentes para cada indivíduo, então o tratamento tem levar em consideração estes fatores e procurar uma solução que diferencie a doença física e a doença psíquica. 

A depressão pode ser comum em pessoas com câncer, mas não é frequentemente diagnosticada. No entanto, isto não significa que todas as pessoas com câncer tenham depressão.

Sintomas

Os dois sintomas mais comuns da depressão são humor deprimido e perda de interesse nas atividades normais. Outros sintomas da depressão incluem:
  • Insônia ou outros distúrbios do sono.
  • Variação no peso.
  • Alteração no apetite.
  • Fadiga e perda de energia.
  • Sentimentos de irritabilidade ou agitação.
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa.
  • Sentimentos de desespero ou desamparo.
  • Pensamentos de auto-agressão ou suicídio.
  • Preocupação com a morte.
  • Dificuldade de concentração.
  • Retrocesso social.
  • Crises de choro.
  • Sentir-se devagar.

Geralmente, se uma pessoa apresenta humor deprimido ou perda de interesse em atividades que antes apreciava, e pelo menos quatro dos sintomas mencionados acima mais de duas vezes na semana, recomenda-se que converse com o médico sobre a possibilidade de realizar um tratamento.

Fatores de Risco e Diagnóstico

Podem aumentar a probabilidade de um paciente apresentar depressão:
  • Histórico de depressão antes do diagnóstico de câncer.
  • Histórico de alcoolismo ou abuso de drogas.
  • Aumento da debilidade física ou desconforto causado pelo câncer.
  • Dor fora de controle.
  • Medicação.
  • Câncer avançado.
  • Desequilíbrios de cálcio, sódio, potássio ou vitamina B12.
  • Outros problemas nutricionais.
  • Dificuldades neurológicas.
  • Hipertireoidismo ou hipotireoidismo.
Os médicos podem realizar uma série de exames para diagnosticar a depressão, entre eles, perguntas sobre comportamento, sentimentos e pensamentos.

Gerenciamento e Tratamento da Depressão

Quase todos os tipos de depressão são tratáveis. O tratamento para a depressão ajuda o paciente com câncer a gerir a doença e, muitas vezes envolve o tratamento psicológico com medicação antidepressiva. O foco do tratamento psicológico é aumento do enfrentamento e das habilidades para resolver problemas. Os métodos mais comuns incluem a psicoterapia individual e a terapia cognitiva comportamental. Além disso, grupos de apoio ao paciente com câncer podem ser úteis para algumas pessoas com câncer que apresentem depressão.

Como a dor fora de controle está relacionada à depressão, é importante que os pacientes procurem ajuda para o controle da dor e outros sintomas, como fadiga.

Medicamentos

O médico pode recomendar antidepressivos. A maioria dos antidepressivos trata a depressão, alterando a química do cérebro, que pode ser a causa da depressão. Se você e seu médico decidirem que a medicação é o próximo passo, tenha em mente:

Diferentes tipos de antidepressivos apresentam efeitos colaterais diferentes, incluindo sexuais, náusea, insônia, boca seca, ou problemas cardíacos. Outros podem melhorar a ansiedade ou ter um efeito mais rápido. No entanto, os efeitos colaterais, geralmente, podem ser administrados com ajuste da doses ou trocando o medicamento.

Muitas pessoas com câncer tomam muitos medicamentos diferentes, que podem interagir e interferir na eficácia de outro, causando danos. Informe sempre ao médico sobre todos os medicamentos que estiver usando, incluindo as terapias medicinais.

Embora quase 15% a 25% dos pacientes com câncer apresentem depressão, apenas 2% são tratados com antidepressivos. 

Fonte: Oncoguia

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