Robô eleva adesão a cirurgia de próstata

Quando chegaram ao Brasil, há uma década, os três robôs utilizados em cirurgias eram uma aposta para procedimentos cardiológicos. 

Com o passar dos anos, eles se expandiram – hoje somam 45 – e acabaram ganhando mais destaque na área urológica, principalmente para casos de câncer de próstata. Segundo médicos, os robôs ajudam na adesão do paciente ao tratamento: por serem mais precisos, reduzem o tempo de internação e os efeitos colaterais, como disfunção erétil e incontinência urinária.

“O paciente aceita melhor o tratamento cirúrgico (com robô) e, embora os riscos não sejam zero, são menores”, diz José Roberto Colombo Júnior, urologista e especialista em cirurgia robótica urológica do Hospital Israelita Albert Einstein. Segundo o médico, o risco de incontinência após a cirurgia robótica varia de 2% a 3%. Já na convencional, é de 5%. Em relação à disfunção erétil, influenciam fatores como a própria função erétil antes da cirurgia, idade e condição de saúde – pacientes obesos e com diabete têm mais chance. “Com a operação robótica, a possibilidade de preservar (a função) é de 80%.”

Segundo Flavio Trigo, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a cirurgia robótica cresceu no País especialmente nos últimos dois anos. Em vez um médico segurar a pinça, fazer os “furinhos” e extrair o tumor, é o robô quem executa os movimentos. “A recuperação é mais rápida e o tempo de internação cai pela metade – um ou dois dias no hospital.”

São Paulo é o Estado com maior número de equipamentos. Rio, Minas, Rio Grande do Sul, Paraná, Brasília, Pernambuco, Ceará e Pará também têm aparelhos, segundo a empresa H. Strattner, especializada em cirurgia minimamente invasiva e responsável pela distribuição dos robôs no País. Ainda de acordo com a companhia, os robôs em operação no Brasil devem realizar ao longo deste ano 8,5 mil cirurgias, sendo 5 mil urológicas e 90% delas, de próstata.

A tecnologia está disponível nas redes privada e pública, em instituições como o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), o Hospital de Amor (antigo Hospital de Câncer de Barretos) e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Ao saber do diagnóstico de câncer de próstata de um dos irmãos, em 2011, o administrador Jorge Miguel Rebane Neto, de 54 anos, resolveu fazer o exame periódico. Estava com 47 anos e fazia o monitoramento desde os 45, pois o pai havia tido a doença, mas naquele ano atrasara o retorno ao médico. Foi sua sorte. “Eu também estava com câncer de próstata.”

Rebane Neto foi submetido à cirurgia num domingo, na segunda-feira estava andando e na terça, saiu do hospital “Passei pela operação em novembro e em fevereiro já tinha voltado a correr. Só tive surpresas boas e meu grau de satisfação é de 100%”, relata o administrador.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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